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História

O Liceu Nacional de Lisboa, actual Escola Secundária de Camões, foi o segundo liceu de Lisboa, criado em 1902 por Carta de Lei, de 24 de Maio.

 

Inicialmente a funcionar no Palácio da Regaleira, no Largo de São Domingos, partilhava as suas instalações, no rés-do-chão, com uma leitaria e uma loja de mobílias. Dois anos mais tarde com a divisão de Lisboa em três zonas escolares, o Liceu Camões adopta a designação de Liceu Central e passa a ser o principal da zona onde fica situado – primeira zona.

 

Com o aumento da população escolar e devido à inexistência de Laboratórios de Física, Química, Zoologia e de um espaço adequado à prática de Educação Física foi necessário arranjar um edifício que reunisse as condições de espaço e higiene englobando um conjunto de infra-estruturas associadas à prática de exercício físico.

 

Na busca de um novo edifício várias hipóteses foram colocadas: Real Ginásio Clube ou o Teatro Nacional D. Maria II.

Mas desde sempre ficou claro que devido ao elevado número de alunos – o Liceu servia 15 freguesias – seria imperioso criar um edifício de raiz. Com esse objectivo, Rui Teles Palhinha –1º Reitor do Liceu Central, expõe ao Ministro dos Negócios do Reino a necessidade da "construção dum edifício em local próprio, construção que obedeça aos princípios da mais estrita economia, tendo em vista que uma escola precisa de ar e de luz, que são de graça, e prescinde de cantarias lavradas e de madeiras ricas".

 

Em 1907, o Governo autoriza a aquisição de terreno, construção de um edifício e compra de mobiliário. O local escolhido, Largo do Matadouro Municipal, foi alvo de fortes críticas por ser considerado ermo, de difícil acesso e distante para os alunos.

 

O projecto, criado em 1907 pelo Arqt. Ventura Terra, tornou-se numa referência da arquitectura escolar sendo o primeiro liceu moderno de Lisboa, promovido pelo Estado no âmbito de uma política de fomento do ensino secundário e sendo também exemplo da capacidade de resolução de problemas associados a uma obra deste género.

 

Na sua construção recorreu-se aos novos materiais da época: ferro e tijolo. Os valores da funcionalidade expressos no espaço interior do Liceu nortearam a generosidade dos espaços de convívio e da prática de exercício físico bem como a existência de salas próprias para disciplinas científicas, todas elas bem dimensionadas e dispondo de ampla luz natural e ainda a desenvoltura da planta, a qualidade dos equipamentos e a sobriedade da composição das fachadas, constituíram factores de referência em programas futuros dessa natureza.

 

Neste novo edifício já havia uma cantina, papelaria, livraria e estava englobado um conjunto de infra-estruturas associadas à prática do exercício físico dos quais se destacam os espaços para ginástica e banhos. No início de 1908 – Janeiro – iniciam-se as obras que surpreendentemente terminam vinte e um meses depois.

 

Em 1909, a 16 de Outubro, inaugura-se o novo Liceu que entretanto, em 9 de Setembro de 1908 muda oficialmente a sua designação para Lyceu de Camões.

 

Globalmente, o edifício impõe-se fechado ao exterior, com impositiva volumetria tendo uma composição arquitectónica classicista, serenamente modulada pelo ritmo das alturas dos átrios, blocos e a disposição simétrica dos vãos.

 

Pelo Liceu Camões passaram grandes vultos da História e da Cultura do nosso país, quer como alunos quer como professores: Mário de Sá-Carneiro, Vergílio Ferreira, Aquilino Ribeiro entre outros.

 

Depois de 25 de Abril de 1974 todos os Liceus mudaram a sua designação para Escolas Secundárias sendo dessa forma que hoje se designa o "velho" Lyceu Camões: Escola Secundária de Camões.

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